sexta-feira, 16 de maio de 2008

Tenho uma relação estranha com a vida. Ou com o Destino, para quem acredita nele.
Como queiram.

Tem o condão de colocar na minha vida pessoas e animais verdadeiramente excepcionais. Entram na minha vida e preenchem os meus dias e o meu coração com tudo o que de bom têm... Eu acabo sempre por me afeiçoar, por me dar com todo o meu coração e toda a minha alma.
Isso até seria bom...

Sim, não fosse o caso de, sem excepção (pelo menos até agora), a todos ter de deixar partir, levando um bocadinho de mim e deixando os meus dias vazios das suas presenças e repletos de memórias e de saudades dos momentos vividos.


Crueldade tamanha, esta da vida. Não é justo: mostra-me o que tem de melhor para depois me obrigar de novo a viver sozinha o vazio que fica depois da partida. Gostava de me vingar, tal como diz a Mafalda Veiga

"... do que a vida foi fazendo sem nos avisar
foi-se acumulando em fotografias
em distâncias e saudades
Numa dor que nunca acaba
e faz transbordar os dias..."

São assim os meus dias, ora com o que a vida de melhor me dá, ora com a saudade do que fui obrigada a deixar partir...

sábado, 10 de maio de 2008

Sonata em Mi...m

Ouvi dizer algures que o amor é como uma sonata.
Tem 3 andamentos:

No primeiro, o tema aparece brilhante, é exposto e cativa-nos com uma alegria e uma beleza indescritível.

O segundo andamento é obscuro e melancólico. Parece que toda a alegria desapareceu e a tristeza é o sentimento dominante.

Depois, no terceiro andamento, o tema surge novamente, com nova vida e novo vigor, cheio de alegria e redobrado por todos os instrumentos da orquestra, perdurando dentro de nós mesmo muito depois de a música ter terminado...

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Paz

Fim de tarde.
Embora chuvosa, esta tarde tem um sol dourado que teima em aparecer por entre as nuvens cinzentas. E é a chuva que vai batendo na janela que embala o meu sono. O vento, de mansinho, traz as flores do jasmim até à minha janela, perfumando todo o quarto.

É no meio desta doçura que o meu espírito, magoado e atormentado, vagueia para bem longe. O corpo, jaz inerte sob um manto negro e só assim, liberto do espírito, alcança alguma paz.
E adormeço.

terça-feira, 6 de maio de 2008


Sei de um sítio...
Um lugar único, longe do mundo. Nele me perco, nele me escondo, nada me pode chegar. Nada a não ser o contínuo de um "doble tambor", constante e uníssono, que marca o passo da minha alma que é levada para bem longe daqui.

Só na noite se pode chegar a este sítio. E só ela sabe onde fica.
É com o luar que a minha alma parte, e é a luz que dele irradia que me leva o coração para aquele casulo secreto, onde nada entra a não ser o inominável e o indizível.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Há dias assim...

Há dias em que as palavras não servem.
Parece que tudo o que dizemos é diferente do que sentimos. Quando damos conta já foi... e o efeito provocado em nada condiz com o que se queria transmitir...

Por mais que tente, não tenho jeito para as palavras. Sobretudo quando se referem aos sentimentos que de mais caros e sinceros tenho dentro de mim. Devia ser proibido falar de tais coisas. Devia ser fácil exprimir o que tão desejosamente tento dizer... e tão desastrosamente consigo falar.