quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Quero voltar a dançar

O nascer do sol devia ser um dos momentos mais bonitos do dia... contudo é para mim o mais doloroso.

É durante a noite que os sonhos se tornam presentes, que deixo âncoras e sou livre, num mundo muito longe do real. Sou levada para longe pela música de Piazzolla, e ao som de um bandoneão faço da noite meu par, rodopio nos seus braços, perco-me na sua imensidão... e sou imortal!

Queria voltar a sonhar... dançar de novo uma e outra vez nos braços da noite, envolvida pelas notas quentes do Libertango e esquecer-me de mim e das correntes do mundo real.

Mas mal o sol nasce, vem com o dia a saudade da noite que passou. Se ao menos eu pudesse como Chronos dominar o Tempo à minha vontade, a noite não passaria nunca e o dia seria apenas uma leve recordação do instante que precede cada noite que chega...

2 comentários:

Anónimo disse...

Nobre donzela que em seus sonhos se sente livre e feliz, porque não acontece o mesmo quando acorda?
A vida é um mar de alegria e prazer, onde somos livres e fazemos o que queremos, estamos com quem queremos, desejamos quem está longe...
Será que a bela e formosa donzela, nos seus sonhos, voa para o longe onde reina a felicidade? E quando acorda, não passa de um sonho?
Nobre donzela, em seus braços está a sua felicidade,,, Voe para onde ela habita...

Anónimo disse...

Supostamente devia ser o sonho a acorrentar-nos a algo que nunca se torna real e o mundo real o verdadeiro libertador, por ser ele a proporcionar-nos o concretizar dos nossos sonhos...
Mas Piazzola parece-me uma boa escolha para qualquer altura Ritinha. Tens umas asas lindas. Não deixes que tas prendam.