sábado, 3 de novembro de 2007

Palavras


Faz-me o favor de não dizer absolutamente nada!
Supor o que dirá
Tua boca velada
É ouvir-te já.

É ouvir-te melhor
Do que o dirias.
O que és nao vem à flor
Das caras e dos dias.

Tu és melhor -- muito melhor!
Do que tu. Não digas nada. Sê
Alma do corpo nu
Que do espelho se vê.

Mário Cesariny

Que fazer quando as palavras não servem?
Quantas vezes as palavras nos assomam à boca e se quedam lá, mudas, incapazes de traduzir o que nos vai na alma?

Como dizer o indizível?



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