segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Quietude


Depois de o Tempo voar, o silêncio.
Este ingrato teima em fugir e negar-me um pouco mais do pouco tempo que me concede. Às vezes pára: um segundo apenas que vale por uma eternidade! Mas ai de mim, antes que dê conta já voou, roubando-me e levando cruelmente para longe esse pequeno fragmento mágico de si próprio...

Então resta-me apenas a quietude da minha alma inquieta que, apesar do silêncio que enche o ar misturado com aromas de incenso, não consegue repousar desta sua eterna viagem. Quanto a mim só posso ficar, quieta, mas a desejar o momento que parou, o tempo que fugiu, num grito mudo de quem chama por algo de si que lhe foi subitamente arrancado.

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