quinta-feira, 10 de abril de 2008

Difícil de sarar

Alguma vez desejaram tanto dormir que não conseguem?
Pois eu já.

Há noites que são difíceis de sarar. Noites em que os sonhos, sentimentos e pensamentos nos assaltam por entre as sombras do quarto. Aparecem de onde menos esperamos e desaparecem como vieram, deixando apenas isso mesmo: a sombra de si próprios.
Como é que se luta contra uma sombra da noite? Como é que a agarramos para a pôr atrás das costas? Como é que se faz para esquecer o que é omnipresente?

E os pensamentos vão ficando, ténues, quase imperceptíveis, mas acompanhados por uma sensação que sem deixar de ser dolorosa quase se torna companheira, de tanto que está presente dentro de nós.
Nem a luz do dia (tantas vezes inimiga e nestas alturas tão desejada) nos leva a impressão deixada pelos sonhos tormentosos da noite. Por vezes, já nem a lembrança do sonho existe; apenas o desconforto de saber que existiu, que se prolonga pelos dias e noites amorfas que se seguem.

Como se saram as feridas destas noites?

Tempo... e esperando que os sonhos que as acompanham sejam de novo dos que nos envolvem e nos levam ao Olimpo, daqueles doces que nos embalam um sono do qual não se quer acordar...

Sem comentários: