segunda-feira, 23 de julho de 2007

Aos amigos que (não) vão...


As despedidas deviam ser proibidas. Não deveria ser permitido deixar ir para longe aqueles de quem se gosta. Todos os anos, esta malfadada vida de saltimbanco, que é como quem diz professor contratado, leva-me para novas paragens. Novos sítios, novo trabalho, nova casa, nova vida, novos amigos. À primeira vista nem parece assim tão mau...

O problema é que ano após ano tudo muda. O início é sempre uma descoberta, quase uma aventura. Depois assentamos e fazemos amigos. E mal damos por isso chega Julho. O doloroso mês de Julho.
A escola fica vazia, como um prenúncio do que acontece com a nossa alma quando os amigos vão embora. É claro que não vão embora de todo, pois ficam para sempre num cantinho especial cá dentro do peito, mesmo ao lado do que é ocupado pela saudade dos momentos vividos em conjunto.

Mas dói. Muito!
E não há meio de nos habituarmos. Isso, só quando o coração deixar de bater e for engolido pela escuridão da morte. Quase dá vontade de nos isolarmos sobre nós próprios... Não sei o que é pior, se o sofrimento da solidão, se a dor de ver partir os amigos.
E os meus vão todos para longe.

Devia mesmo ser proibido...

2 comentários:

Myrtha disse...

Amizades... as tão cobiçadas amizades. Um dia alguém disse: "Um amigo nunca se perde, se isso acontece é porque não o era".
Besos

The_new_hope disse...

Todas as mudanças criam novas oportunidades! Claro que custa sempre deixar os nossos amigos e recomeçar uma nova etapa completamente desconhecida! Mas será isso mesmo? Não será uma visão egoista?
Quando deixamos a agradavel vida conquistada retornamos a quem também nos tem no coração. Os velhos amigos, namorados e família, que é sempre tão compensador reencontrar.