domingo, 5 de agosto de 2007

À noite

Queria voltar a dançar...
Uma daquelas danças em que a noite é o meu par. Em que me esqueço de mim e me deixo arrebatar por melodias insonoras, só adivinhadas pelos ouvidos da minha alma. Viajar para esferas onde o tempo não signifique mais que um lindo relógio pendurado na parede, cujos ponteiros permanecem imóveis, como eu ficarei nos braços daquele negrume de céu nocturno.
Então fujo (ou sou levada, não sei...) para longe deste mundo terreno, faço parte do firmamento e eu já não sou eu. Vagueio por entre as estrelas, danço pelo meio das nuvens, subo ao Olimpo e sou imortal até que...
... exausto, o meu ser regressa ao mundo mortal. Queda-se imóvel, descansado no seu leito de noite, com a certeza de que os ponteiros jamais voltarão a andar no cenáculo onde repousa.

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