domingo, 9 de setembro de 2007

A Feira do Ano

É talvez o meu dia favorito do ano (a seguir ao Natal, claro)! Em Montemor respira-se ar de festa. Famílias inteiras de lugares próximos (e distantes também) acorrem à vila para as festas anuais.
De manhã, somos acordados pelo som dos barateiros que vendem os melhores produtos do mundo pelos preços mais baixos do mercado, com uma lábia que nos convencem de que o que vendem nos é imprescindível. No ar mistura-se o cheirinho das farturas acabadas de fazer, pipocas quentinhas e algodão doce, e ao chegar o meio dia junta-se também o apetitoso aroma de frango assado para nos abrir o apetite para o lauto almoço que nos espera.
Os pregões ainda ecoam pelo ar, indiferentes ao passar do tempo e dos cartazes a anunciar meias "cada maço 5 euros" e se pararmos para escutar, é o choro da criança que pede um briquedo ou deixou fugir o balão, o riso de outra que corre contente atrás do camião que o avô acabou de dar, o regateio da mulher que acha que o preço dos tapetes está pela hora da morte... e as cassetes piratas, misturadas com as que não o são mas que passam todas por originais animam ainda mais a tarde.


Os carrocéis fazem as delícias de miúdos e graúdos, e todos se encaminham para a Feira do Cavalo, onde cavalinhos de brincar se confundem taco a taco com os Cruzados Lusitanos tão típicos da nossa zona, e quer uns quer outros se deixam afagar docilmente pelas mãos curiosas dos meninos que passam.

O gelado! O fabuloso sorvete vendido em carrinhos ambulantes, com aqueles cones duplos que só se encontram nas feiras. É o único sítio do mundo onde se consegue uma bola de gelado com todos os sabores misturados!!!!
E sou criança outra vez. Com o meu gelado na mão caminho docemente ao encontro da minha infância, em que era a minha avó que mo comprava depois de muito a massacrar com os meus pedidos insistentes e o meu avô me trazia aqueles fantásticos colares de pinhões, sempre acompanhados por uma linda boneca de plástico. Eu, e todos os pais e avós que levam as suas crianças pela mão e nelas revivem os seus tempos de mocidade nesta feira que encanta gerações...

2 comentários:

The_new_hope disse...

É com prazer que assisto ao encanto pela tradição e pelo tradicional. É a rimeira vez que vejo alegria nas palavras da autora! De tal forma que as descreveria de euforia!
PARABÉNS!

The_new_hope disse...

São palavras que transmitem alegria... diria mais euforia.
PARABÉNS pelo abraço feito à tradição! A saudade deve ser vivida desta forma!