sábado, 23 de junho de 2007

Oblivion

Fim da tarde. É a minha hora favorita. No caminho para casa não consigo ir directa. Parece-me que aquele jardim (“dos namorados”, como ouço chamar-lhe) todos os dias me chama e para ele me dirijo sempre, sem resistir, como um sonâmbulo que segue um qualquer sonho que lhe invade a mente. E ao chegar, aquela luz generosa que se espalha pela paisagem de ouro enche-me de uma calma e de uma paz que dificilmente encontro noutro lado. É como se o tempo parasse… finalmente.

Quando acordo do torpor já é quase noite. O doloroso regresso à realidade…

Dos namorados… não consigo impedir um sorriso de escárnio ao lembrar-me do nome. Então porque me sabe tão bem a solidão naqueles bancos de pedra?

Regresso finalmente a casa. Mais sozinha. Mais eu. E um pensamento que me acompanha desde que ali cheguei: o anseio pelo esquecimento que a noite me traz. Esquecimento de mim presa à terra, liberdade para o espírito que vagueia embalado por aqueles braços de noite que me envolvem como se mais nada existisse neste mundo…

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