domingo, 24 de junho de 2007

Santos Populares

Época de festas na cidade. Toda a gente anda nas ruas, cumprimenta quem já não vê há muito e mesmo quem viu no dia anterior. Parece que toda a cidade tem uma só alma, presente em toda a gente. Todos se conhecem, todos são amigos, todos têm saudades uns dos outros.
Passeiam ao som da mesma música, compram nas mesmas barracas, comem nas mesmas tasquinhas. Até parece que durante o ano não fazem o mesmo, só que noutros locais...

E depois? O que acontece quando a música acaba e as luzes se apagam?

Voltam todos ao mesmo marasmo. À vida de todos os dias. Continuam a passar pelas mesmas pessoas, agora noutros sítios (sempre os mesmos), sempre à mesma hora... mas já não se cumprimentam, já não têm saudades, já não se lembram de quem não vêem há muito. Já não há tempo. Só trabalho. E a memória que fica da festa não é a do amigo que se encontrou, mas da feira, que estava tão bonita...

1 comentário:

The_new_hope disse...

Tudo na vida é efémero e o que se toma por garantido não tem valor. É preciso uma pessoa modesta, culta e humana para reconhecer o que a vida realmente tem de bom. Cabe a cada um fazer uma introspecção profunda, hierarquizar os seus valores e distinguir o insubstituível do fortuito.
O mundo de hoje, por vezes, tolda-nos a capacidade de discernimento mas se usarmos 2 minutos do dia para repudiar a futilidade e enaltecer os valores da igualdade liberdade e fraternidade, com certeza seremos melhores e mais preenchidos como pessoas.